25.11.03
EM SILÊNCIO
Correr célere por entre os interstícios noctívagos e divagar pelos delírios que atordoam – dói tudo quando o cansaço é uma manhã lenta e difusa. Encostar-me às paredes nuas e frias e permitir o esquecimento relativo que se alimenta do silêncio que inauguro. Tactear o espanto e não dizer nada.
20.11.03
FRÁGIL
A senhora não se lembrava onde morava. Repetia baixinho lamentos discretos. Os cabelos brancos, soltos, escreviam cartas às primas afastadas porque sim. As mãos espantosamente delicadas susurravam aos pequenos histórias da aldeia dos avós. Quando me olhou não disse Ernesto, vai pró campo que o teu pai precisa de ti. Também não era preciso. Fui a correr. E a chorar.
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