25.4.07

nasci no verão de 73, altura em que se começaram a desenvolver as estratégias que viriam a culminar no 25 de abril, 9 meses depois. sou um filho da revolução. sou da liberdade. obrigado mais uma vez capitães de abril. obrigado salgueiro maia.

11.4.07



ir ao parque ler o jornal com
o calor das onze horas, estender
o lápis pelo papel, adiar o começo
do dia e a noite

lenta e volumosa, logo da luz própria
vestida, a jorrar directrizes
angulosas difíceis de apanhar.

voltar pelos juvenis campos e lembrar
de ser pássaro, afinar a garganta e
voar.

10.4.07



- e agora?
- eu cá desisto.
- ...?
- deixo-me, fico-me, ouço, permito, olho, vejo, disfarço! viro-me, abano a perna, percebes!?
- o que que queres beber?
- bebo de tudo; como também. tudo. e bebo. um whisky, talvez.
- tens saído à noite?
- pouco. o àlvaro anda estranho.
- ...?
- e o brito sempre a resmungar, que não é nada disso e não sei quê, ora foda-se!
- mas és um noctívago, eu sei...
- ui!... tá certo!... mas só aturo quem quero. aliás, nem sempre apetece ver gente. tenho um grande aquário e passo horas a admirá-lo. e às minhas plantas.

2.4.07

menos de duas mil pessoas tentaram estragar a noite. aborrecidos com o local que lhe se lhes destinou no estádio, os mais violentos destes, os mais alarves e selvagens, atiraram vários petardos sobre os adeptos indefesos que se situavam nas bancadas imediatamente abaixo. ao rebentamento de um proibido e perigoso petardo sucedeu-se o rebentamento cadenciado de diversos outros, gerando naqueles que iam apenas ver um jogo de futebol, um sentimento de medo, de insegurança e de revolta que não pode voltar a acontecer. A polícia não previu devidamente os riscos inerentes? talvez. mas isso não desresponsabiliza os actos cometidos. essas bestas mal comportadas, protegidas cobardemente pelos seus dirigentes, não devem voltar a colocar os seus pés (a sua falta de civismo, a sua delinquência) nos recintos desportivos. nunca mais na catedral.