3.1.04



HÁ FESTA NA FALPERRA

Era o dia da festa e o vento deitava-se como os seus olhos se riem. O dia começava e isso, por si só, era-lhe agradável. Mas o carro não estaria ainda com vontade de se mover. Fez-se assim à estrada, que é como quem diz que se deu à sorte. O acaso casava com a vontade não manifestada de se cumprir e isto de um gajo se cumprir tem que se lhe diga, que é como quem diz que demora horas. Aprontou-se então com o vagar pedreste que ganhara e entrou em casa. É de pé que lhe sucede fechar os olhos e sonhar com infantis e preenchidas viagens. As músicas e as mãos do seu pai e os olhos da sua mãe e as árvores e o sol e os homens. Inspirou fundo e não começou a dançar imediatamente. Sairia de casa já noite e já suficientemente lambido, que é como quem diz afagado. Ainda não sei como acaba esta história.

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