19.5.04



ao trigésimo desnorte far-te-ás ao vento

ao final do dia penso no final dos dias cansados
de mim e de todos, os dias levantados da sombra
que não sabemos determinar, os dias pintados
das cores que não temos nem somos. regresso
pelo caminho de um campo lento, medindo
os passos e as palavras e os pássaros
dizem-me então, muitas vezes, vai
lá embora daqui! fecho os olhos
nas passadeiras que atravesso,
digo que sim, vou, e depois
choro e depois rio e
depois não.

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