20.11.03



FRÁGIL

A senhora não se lembrava onde morava. Repetia baixinho lamentos discretos. Os cabelos brancos, soltos, escreviam cartas às primas afastadas porque sim. As mãos espantosamente delicadas susurravam aos pequenos histórias da aldeia dos avós. Quando me olhou não disse Ernesto, vai pró campo que o teu pai precisa de ti. Também não era preciso. Fui a correr. E a chorar.

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